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Mensagens

Como lidar com a falta de inspiração?

Pergunta selecionada para este mês de Março: Como lidar com a falta de Inspiração?...  Atenção, temos a ideia romântica que a Inspiração "cai do céu". Que simplesmente, nós (principalmente artistas) a temos e, a toda a hora. NÃO! Ela dá e, é fruto de - muito - trabalho. Tomei consciência disso cedo, no secundário, quando frequentava a escola artística António Arroio. Lá pude aprender e conviver com artistas que rapidamente me alertaram que a Inspiração surge sim mas é o resultado de um processo criativo que, por sua vez, vem do experimentar, pensar, mexer, ouvir, fazer.  Depois, já na faculdade de Arquitectura, pude entender que a Inspiração - que tantas vezes faltava - surgia quando pesquisava, via e experienciava outras áreas e artes. Já como bailarina, tenho poucos momentos sem Inspiração mas, quando os tenho - porque tenho sim - paro um pouco e não insisto. Não é preciso criar frustração numa insistência forçada. Mas, atenção: eu não confundo desistência momentânea com pr
Mensagens recentes

O que é: Ganhar, Gerar e Improvisar na Dança Oriental?

E esta é a pergunta selecionada deste mês de Fevereiro que, coincide precisamente com os temas do próximo workshop presencial já dia 9 Março - A COREOGRAFIA - onde podes ver  aqui  toda a informação. Então, o que é isto de Ganhar, Gerar e Improvisar: (descrito de uma forma simples e sucinta) *  GANHAR :  Postura e Técnica  é tudo aquilo que aprendes ou, trazes à consciência, para potenciares toda a técnica. é conhecer e identificar o conjunto de movimentos que caracterizam a Dança Oriental; é aprender a executar esses mesmos movimentos; é afinar detalhes que farão toda a diferença na qualidade técnica desses movimentos; é perceber qual a postura a ter para potenciar toda essa técnica. Atenção:  não há dança sem técnica. Pode haver movimento livre mas, não pode ser chamado de Dança Oriental porque esta, tem um vocabulário próprio que caracteriza a sua técnica. E há uma postura teórica que se constrói para potenciá-la.  E depois há que: * GERAR: Fluidez e Dinâmica

Como lidar com imprevistos em palco?

Esta foi a pergunta que seleccionei, para este mês de Janeiro, entre as dezenas que me fazem no meu Instagram (@saranaadirah). Por aqui, respondo com mais pormenor. Tu, que me estás a ler neste momento, de certeza que já te aconteceu um imprevisto nalguma actuação - de dança ou não - que já tenhas feito. Eu sei bem como é! Em mais de 20 anos em palco como bailarina profissional de Dança Oriental e, mais 20 anos como bailarina amadora de Ballet Clássico e outras danças, somam uma experiência de palco de 40 anos. Como deves calcular, já me aconteceu de tudo um pouco. Desde o clássico soltar da parte de cima do traje ao típico escorregar em algo no palco e cair, desamparada, no chão. Ao "congelar" por me ter esquecido da coreografia ou ficar super nervosa porque a música para a meio. É impossível correr tudo como imaginámos. Por mais planeamento, preparação e ensaios, percebi - com a experiência - que tem de haver uma margem para que tudo flua num ritmo que é impossível controla

Como é ser Mãe e Bailarina?

Esta foi uma das perguntas que me fizeram ao longo do mês de Novembro. Confesso que é uma pergunta difícil... sem uma resposta concreta e objectiva. A maternidade é tudo menos uma linha recta e, ser bailarina não é uma "profissão" qualquer. Sei que, para todas as mães, gerir e alavancar uma carreira é algo... para lá de desafiante. Exige um equilíbrio que, para grande maioria das mulheres, é desgastante e frustrante. Ser mãe, no mundo do trabalho, seja qual a profissão for, não é o mesmo que ser pai. Para nós, é muito mais difícil e exigente, onde a balança não está - nunca - equilibrada.  Ser Mãe e Bailarina não é muito diferente de todas as outras profissões mas há aqui um factor, que é incontornável, e que pesa (muito) nessa tal balança: o factor físico. É que o meu corpo, é o meu instrumento primordial de trabalho. E ter sido mãe, mudou esse meu instrumento. De repente, há um período na gravidez, que por mais em "forma" que estejas, não consegues mais... e tens

E assim, Dança após Dança...

Dia 1 Agosto completo mais um ano de vida. Quem me segue e conhece, sabe que gosto de celebrar este dia. Sempre, se possível, em família e nunca pode faltar o bolo de anos (my favorite cake). Para mim, o meu ano, começa verdadeiramente, não em Janeiro mas, assim que faço mais um ano. E, também quem me segue, sabe que gosto de fazer balanços e reflexões nesta altura. Porque, não vivo só para existir. E são estes "balanços anuais" que me servem como "estrela do norte" para não me perder no caminho da Vida. Se quisermos, nunca é só mais um ano que passou. Se quisermos E tivermos visão, percebemos que podemos, cada vez mais, tomar posse e dirigir com sabedoria esse caminho da Vida. Este foi o ano que tomei essa consciencia. Estou a meio da minha vida e só agora começo a ter A Lucidez. E com ela, vem certeza, confiança, uma estranha tranquilidade, paz. Talvez seja isto a que chamam maturidade... há quem também chame velhice... eu chamo autoconhecimento. Porque foi nisso

Então, o que basta?

Desde que me lembro, oiço dizer que, para dançar é preciso gostar mesmo. Ter Amor, Paixão pela Arte da Dança. Concordo. Cresci a ouvir isto. Mas, basta?...  Hoje, depois de tantos anos dedicados à Dança, eu acho - melhor, tenho a certeza - que não.  Então, o que basta?... Sinceramente?!... Tudo. Danço desde sempre. E desde sempre, o meu Amor pela Dança impulsionou-me a continuar. Foi assim com a minha primeira paixão: o ballet e que continuou para a Dança Oriental onde foi "Amor à primeira vista." Tal como num casamento, a paixão inicial transforma-se num Amor. Amor este que se tornou profundo, amadurecido e, também calejado.  Manter uma relação, não é fácil nem romântica como se idealiza, muito menos incondicional. É necessário esforço, dedicação, responsabilidade, sentido e condições. Definitivamente, só o Amor não basta. Na Dança, sinto que é igual. É uma relação entre a bailarina e a sua arte. Há que investir nesta relação para que o Amor - base fundamental SIM - não fiqu

O Palco II

No artigo anterior, expliquei como é importante a plataforma onde mostras a tua dança. Como O PALCO, independentemente da tua mestria, impacta a tua actuação. Ou consegue elevar ou pode condicionar. Com a experiência, aprendemos a lidar com todo o tipo de "palcos" que, infelizmente, o ideal do mesmo, não é aberto ou acessível a todos os bailarinos ou a todas as danças. Escrevi também que O Palco, quer queiras ou não, acaba por fazer uma triagem do espectador. E isso, também condiciona a tua actuação. A verdade, nua e crua, é que num evento ou numa ocasião, por mais  propício o ambiente seja à Dança Oriental - onde tu lindamente vais dançar, convidada ou contratada por quem promove o mesmo para enriquecer todo o evento e espaço - nem todos que assistem têm o desejo de te ver dançar. Simplesmente, nem estavam lá para isso em primeiro lugar. E está tudo bem.  É menos provável isso acontecer quando o espectador paga um bilhete para ir ver-te dançar em determinado espectáculo. Ind